quarta-feira

Das organizações às paixões e, enfim, quedando em cachorro.

Conversando na lambreta, o grito levado pelo vento (matéria transparente). Um choque contra um ciclista em uma bicicleta de bambu. Como o sangue fica engraçado contra o asfalto! Parece água... uma simples chuva. Osso, carne, mente, alma e celular simplesmente arranjados no chão, assemelhando-se a uma obra de arte construtivista.
-ATO NUMERO UM! O ser número de serie: 09131004.
-Obra de arte? Causalidade? Parece-me perfeitamente normal! Vejo disso todos os dias.

Sussurra o enorme elefante parado na próxima árvore: "Alguém chame DR. HOUSE! Mas se ele não estiver, pode ser a ave maria! "
-Deus é tão bom, num é meismo?

E lá se vão, partes por partes, um por um, num ritmo acelerado, curiosos, pronto para ver se a obra do homem é tão boa quanto a da biologia. O coração fora juntado a cabeça e da cabeça fez-se um outdoor. No local das outras partes um chip. No local do intestino... Activia tá ótimo! No lugar das mãos um mouse e das orelhas, fones de ouvido com mais de 1TB só de músicas indianas.
Acordou e não viu com seus olhos, mas sim com enormes lentes de contato que gravavam e filmavam. Descobriu aos poucos que o seus amados seios estavam transformados em uma armadura rígida. Nada, nem mesmo um tiro a laser retiraria o chip dentro de si.

Choraria... Se tivesse olhos. Riria se tivesse laringe. Mijaria se tivesse urina. Enlouqueceria... Se não tivesse prozac. Ligou para seu namorado (seu celular estava intacto). Sua cabeça doeu. Era seu coração batendo.
Ele não atendeu. Estava por aí, vendo se achava uma ou outra formiga pelo chão!
O êxtase do momento a fez dormir.







Acordou com um buquê de pacotes de energia ao seu lado. Sorriu. Dormiu.




Acordou e descobriu que no lugar de seu cóccix tinha um rabo. No lugar de todos os seus membros robóticos havia somente pelos.

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