segunda-feira

Eu sinto muito medo. Do seu passado, do meu passado. Cada um fugindo de mim. Acontecimentos completamente desconhecidos para mim, relembrados em sua memória.

Cada um com seu carinho, per-passados e pespontilhados com todo o seu sorriso. Esperando para serem revividos. Ah, e como será sua lembrança de nós? Um passado triste, recoberto de brigas, ciúmes, sofrimentos a toa.
Quando eu sei que um ano é pouco, também sei que é muito para lembrar da tristeza.

Lembro da dor que senti por uns seis meses, pura indecisão. Era tão dolorosa que eu não conseguia nem respirar fundo. Durante esse tempo eu chorava, escrevia, tinha pesadelos. Queria berrar, correr, fugir.
Foi o que eu fiz... Fugi.

Depois que voltei, me encontrei num mundo completamente diferente. Eu estava amadurecida, mudada, nada dos meus pensamentos eram oprimidos e nem sequer apagados.
Eu desenho cada parte do meu ser, tentando enxergar as perfeições que ele tem... Mas no caminho lembro desses dias, e de tantos outros que foram horríveis.

Porque eu tive que passar por isto?
Porque não pude ter algo infantil e leviano como você?

Agora tudo que eu tenho é medo! Do carinho, do amor, de tudo que você teve e eu não fui nem possibilitada de ter!
Quero ter tudo de volta. Quero essa chance!

Mas tudo não passa de um rascunho. Nossa vida é um rascunho... Quem me dera fosse uma obra prima!

O dia da limpeza

É um tal de bate ali, recorta lá, esfrega agora, seca adiante, estende depois!
Eu vou nessa dança, alcançando todos os cantos, fazendo mágica... com meu rodo.
Não vou voar na vassoura e nem me lavar na maquina, viro e sou só eu. Modifico o meu arredor.

Entretanto, só me restam mãos cansadas.

Boa noite.

A noite

Agora somos sonhos incompletos. Um pouco pesadelos! 
[Não nino mais, enrosco no lençol, sou desespero. Você vai ser minha revelação quando eu acordar, falando-me das palavras duras, dos amores mortos, do desejo perdido.
Voltarei a dormir... Acordarei?

domingo


Só somos 'nós', se formos dois.
Sou 1, você é 1.

Jovens, inovadores, queremos tudo.
Um sofá, um ateliê, uma cidade em que podemos dormir na praça.
Vamos juntos, desbravando as verdades e mentiras:
Queremos tudo!
Calma, atenção,desejos prontos e muita bajulação.
Montamos o nosso quadro, pinceladas e verniz...
QUE BELO!
Queremos tudo!

Inocentes olhando para o futuro. Temendo o ardor da convivência...
Dois barcos de orgulho chocando-se na tormenta. Quem sobreviveria?
Queremos tudo!
Vitória, sexo, desculpas e ordens...


Perdemos tudo?

sexta-feira

Liberdade de escrita

Se aqui eu quiser dizer, eu digo: vai tomar no cu.
Melhor que do que xingar ao vivo? Talvez não, mas que delicia que é, desentalar tudo que guardamos... 

Adeus.
Putaqueopariu!!

quinta-feira

A poesia não passará de um quadro:

Cabeças viradas, um rasgo, um precipício que diz: NÃO!
Aí então as cores. Elas chegam fazendo graça, de cantinho e no fim juntam-se dramáticas, berrando o "SIM!".
Nesse introspecto das linhas falo do limite da razão humana. Insiste em não transpor o máximo de tolerância. E vemos que a mesma é só um eufemismo para falarmos do "não-preconceito".
Porque aceitar é difícil?

Então acabo na assinatura datada.
Aqui está o apego.
Lá está o fluido.

Aqui eu tenho.
Lá eu deixo.

Aqui vão histórias.
Lá acontecem.

Aqui eu cato.
Lá eu ponho.

Cochilo.
Trabalho.

Oprimida.
Expresso

contraio.
EXPANDO.
O sol ferve.
Ferveu a paciência e os segundos do meu dia.
Passou o coador nos sentimentos e escoou o liquido nobre do cansaço.

Agora estou isso, alongando-me no quintal, passando o tempo na sombra e vendo se tudo irá acontecer...
Assim que o sol se por.

domingo

Esse tique.
Esse no meu pé.
Ele não dói!
Ele não me deixa dormir!

Sua culpa ele!

Homens tão velhos quanto sua osteoporose


Vamos dirigindo pela mentira, enlouquecendo-nos aos poucos... O que antes era uma verdade tornou-se um talvez repleto por colunas desalinhadas, você primeiro bate a cabeça, depois os pés, quando perceber parou agarrado nesses lugares.
Não ousamos sair da mentira. Não ousamos admitir o erro por menor que ele o seja. Mesmo que vá melhorar a nossa relação com
os outros
conosco
o ambiente
a nossa cama

E assim, abraçamo-nos numa mentira qualquer, cansados e machucados demais. Já li que o casamento é "uns anos de silêncio sobre qualquer assunto". Será que somos resumidos a isso: um limite? São tolos os que esquecem nossa natureza de mamíferos. Esquecem da nossa vantagem sobre o racional: somos também selvagens. Permitiremos somente uma mentira? O que é o silêncio? O problema está em aceitar as correntes empregadas pela racionalidade... Esquecer do quê animal... Do elemento supresa: adrenalina, sexo, êxtase, ansiedade, FOME.
E sim, aceitamos... Somos então escravos da segunda-feira. Do sábado. Do horário. E não venha me dizer  temos que aceitar esse sistema. O sistema é tão flexível quanto nós queremos que ele seja e não justificaria meus atos pela desculpa da "roda-viva tem que girar..."!
Mas também, já esquecemos do que não era normal. Esquecemos se nossos pés doiam assim quando eramos jovens... Esquecemos se o ato de X pessoa nos magoava e se agora ainda magoa... Esquecemos, silenciamos...

A gelatina da vida...

segunda-feira

Instântaneo

A linha tênue está aqui.
Nada do dito por verdadeiro existe: passado, presente, futuro.
O primeiro por deixar apenas marcas e efetivamente desaparecer.
O segundo por fugir a toda hora.
O terceiro por ser apenas um sonho.


A nomenclatura portanto trabalha em prol do inexistente. Ao olharmos uma madeira lisa, lustrada, montada com um metro de altura, logo chamamos: MESA! Mas a mesa, efetivamente, é um uso. O passado, o presente, o futuro não passam de usos. . O acontecimento termina no momento que começa e por si só já cai híbrido e inerte.O real são as descobertas

quinta-feira

Um pouco de reflexão para todos...

Aqui vai mais uma pergunta: 
Sociavelmente bebo. Logo, entorpeço-me somente no social.

Fujo de mim ou fujo deles? Se durante os dias permaneço sóbria... Deles fujo! Tédio aquilo que me causam. Enquanto ébria fico, acordo sabendo pouco de mim... Muito menos de outros.
Que amaldiçoe-me este viver anti-social pela reflexão! Sou ente excluído da facilidade costumeira.

segunda-feira

Estou com medo de dormir. Minha cabeça dói, eu sei que o sono não virá. Meus olhos estarão abertos mesmo quando eu achar que estão fechados. A escuridão nestas noites é absoluta. Não há dilatação da íris, não há o mínimo de luz que ali estaria. Estou só.

Eu e os meus olhos. Meus dedos, seios, cabelos (estes enroscam nas costas, nas axilas, no travesseiro, no pescoço, que encômodo!), e todo o corpo que permanece acordado, contrário a minha mente desligada de todo o ao redor, focada no pensar. PENSANDO estou. PENSANDO estarei. PENSAREI...

Lembrarei de todos os possíveis que tive, e deles me despreendi. Das desistências que na nossa humanidade são comuns, mas que a todos que não lhe convém, encomoda. Há, o desenho. Há, a poesia. Há, a costura. Há a pintura. Há, a música. Há, o escrever. Há, o falar. Há, o projetar... Há, o calcular...

Passei a ilusão ao Rei, que me depreendo por filosofia. Mas, Há, o desprendimento é só a minha melhor fuga. E dela, já estou fugindo, neste eterno caça ao rato, do gato, do cachorro, do elefante, da girafa, do peixe... Nesta seqüencia improvável que somente o viver no mostra que é verdadeira.

A minha pequena tristeza agora, revela-se iminência de desespero. (imagens)
Boa noite...
Encararei a cama...