quarta-feira

estou a falar irremediavelmente de você,
logo de você que não me bebeu,
não me comeu, nem sequer me tocou,
e se bem lembro,
arrastou-se ao meu lado
louco para me devorar
mas foi embora.

eu não gosto de você
nem sei quem você é.
vejo que atravessas a rua na minha presença,
dizem que é melhor assim.

Não tenho medo de ti
você, que ataca a todos,
a mim esquece.
Faz-me toda noite pensar nas dores que causas
nas felicidades que plantas

sou ossos e orgãos
e você pode ser o sangue
a mente, o arrepio,
e por enquanto
continuo sendo concreta
O espaço entre o 'se' e o 'feito' é grande demais para nós.
Enquanto deixamos coisas ao léu, meu coração berra por mais

Você a olhar-me no estilo raio-x,
falando das mil coisas que me condenas
e como num jogo
te deixo ganhar
influencio seu ego já tão alterado,

Assim crio o silencio

você a gritar e eu a te gostar.
Adorno de floreios e percebo o porque
que quando mais me encho, mais ocupada estou
feita de tedio, ja me corroí
sou alma comprada, o diabo ja me deixou as ferramentas,
só me resta agora ser escrava da midia, moda e limpeza...

quinta-feira

O quão claro tudo pode ficar? O caminho para a razão é a simplicidade ou a consideração dos lados? As hipóteses levam a que?

Seria a calma a solução?

quarta-feira

o poeta não morreu,
foi ao inferno e retornou.


eternidade é relativa...

terça-feira



tudo se resume a um filtro de cigarro
Quando te vi,
tropecei e cai
Olha que ridiculo!




Ainda prefiro o bosque

Fervor

A pura dor do saber do passado
Entender que o futuro já está óbvio

O frio na barriga
embalando e desmistificando
Sou nua quando vejo sentimentos
ao redor, ou aqui

E o fervor
arrepia-me a espinha