quinta-feira

pó de café

Hipocondríaco,
chorando sem razão.
Gosta mesmo é de fugir
Nunca tentou ver
nem entender.
Apenas mantém o sorriso,
falso, esguio.
Amigas correndo no metrô
Sua doença arrancou-lhe os cabelos,
roubou-lhe o peso.
Distanciou-se, idiota,
não encarava nem a felicidade.
Recusou a se explicar,
mas ergueu um pouco da manga,
deixou a mostra os pulsos.
tática leve de drama.
Não tinha vergonha.
Mentiroso.
Medo?
Até de sua sombra.
Ainda mais de seu reflexo.
Rezou durante um dia inteiro por remédios.
Só algum amigo veio à porta.
Jesus é ingrato.
Ao calar o segundo que vejo
já sei que não és anjo
toca minha pele
tira o bom senso que nos difere
loucura de certo gostar
já sufocou-me o ar
desculpa,
sou tão sincera...
mas você é meu demônio,
amigo,
demente.
E ali está você,
olhando-o.
Sinto que há um vão entre nós.
Falta algo em ti
que quero tanto(...)

Nem ligo, ainda tenho
a sorte.
Poder te ver em tantos momentos,
tantos estes que lembro,
no onibus
ou
em
todo
estar