domingo

Esse tique.
Esse no meu pé.
Ele não dói!
Ele não me deixa dormir!

Sua culpa ele!

Homens tão velhos quanto sua osteoporose


Vamos dirigindo pela mentira, enlouquecendo-nos aos poucos... O que antes era uma verdade tornou-se um talvez repleto por colunas desalinhadas, você primeiro bate a cabeça, depois os pés, quando perceber parou agarrado nesses lugares.
Não ousamos sair da mentira. Não ousamos admitir o erro por menor que ele o seja. Mesmo que vá melhorar a nossa relação com
os outros
conosco
o ambiente
a nossa cama

E assim, abraçamo-nos numa mentira qualquer, cansados e machucados demais. Já li que o casamento é "uns anos de silêncio sobre qualquer assunto". Será que somos resumidos a isso: um limite? São tolos os que esquecem nossa natureza de mamíferos. Esquecem da nossa vantagem sobre o racional: somos também selvagens. Permitiremos somente uma mentira? O que é o silêncio? O problema está em aceitar as correntes empregadas pela racionalidade... Esquecer do quê animal... Do elemento supresa: adrenalina, sexo, êxtase, ansiedade, FOME.
E sim, aceitamos... Somos então escravos da segunda-feira. Do sábado. Do horário. E não venha me dizer  temos que aceitar esse sistema. O sistema é tão flexível quanto nós queremos que ele seja e não justificaria meus atos pela desculpa da "roda-viva tem que girar..."!
Mas também, já esquecemos do que não era normal. Esquecemos se nossos pés doiam assim quando eramos jovens... Esquecemos se o ato de X pessoa nos magoava e se agora ainda magoa... Esquecemos, silenciamos...

A gelatina da vida...

segunda-feira

Instântaneo

A linha tênue está aqui.
Nada do dito por verdadeiro existe: passado, presente, futuro.
O primeiro por deixar apenas marcas e efetivamente desaparecer.
O segundo por fugir a toda hora.
O terceiro por ser apenas um sonho.


A nomenclatura portanto trabalha em prol do inexistente. Ao olharmos uma madeira lisa, lustrada, montada com um metro de altura, logo chamamos: MESA! Mas a mesa, efetivamente, é um uso. O passado, o presente, o futuro não passam de usos. . O acontecimento termina no momento que começa e por si só já cai híbrido e inerte.O real são as descobertas