segunda-feira

Estou com medo de dormir. Minha cabeça dói, eu sei que o sono não virá. Meus olhos estarão abertos mesmo quando eu achar que estão fechados. A escuridão nestas noites é absoluta. Não há dilatação da íris, não há o mínimo de luz que ali estaria. Estou só.

Eu e os meus olhos. Meus dedos, seios, cabelos (estes enroscam nas costas, nas axilas, no travesseiro, no pescoço, que encômodo!), e todo o corpo que permanece acordado, contrário a minha mente desligada de todo o ao redor, focada no pensar. PENSANDO estou. PENSANDO estarei. PENSAREI...

Lembrarei de todos os possíveis que tive, e deles me despreendi. Das desistências que na nossa humanidade são comuns, mas que a todos que não lhe convém, encomoda. Há, o desenho. Há, a poesia. Há, a costura. Há a pintura. Há, a música. Há, o escrever. Há, o falar. Há, o projetar... Há, o calcular...

Passei a ilusão ao Rei, que me depreendo por filosofia. Mas, Há, o desprendimento é só a minha melhor fuga. E dela, já estou fugindo, neste eterno caça ao rato, do gato, do cachorro, do elefante, da girafa, do peixe... Nesta seqüencia improvável que somente o viver no mostra que é verdadeira.

A minha pequena tristeza agora, revela-se iminência de desespero. (imagens)
Boa noite...
Encararei a cama...

Nenhum comentário: